Poema

Desfrute

Senhor!
Não olheis assim para mim
Minhas rugas denunciam minha idade
Mas, nem de longe, o meu desejo
Pois que pode desnudar minha volúpia
E buscar em vós o meu prazer.

Senhor!
Ficais assim a instigar-me?
Não sabeis, então
Que navega em vossos olhos
A pretensão de minha boca?

Ora, Senhor meu!
Não fiqueis a bulir
Quem quieta está
Quem sob o disfarce da
Indiferença
Cobre com panos gélidos
A volúpia.

Olhais, por certo, as mais moças
Para mergulhardes no imaginário
Onde o espelho do tempo vos mentirá
Dizendo quem já não sois.

Eu, Senhor meu, miro vossa estampa
Vejo vossas rugas
Percebo vossos contornos
E imagino
Ainda possuirdes
Em vossas mãos o meu desejo
A descobrir que a vida
Em velhas curvas sem beleza
Também pode levar-me
Em queda livre, ao prazer.

Por isso Senhor meu!
Conservai o vosso olhar no meu decote
E percebei
Minha respiração ofegante
Lentamente ofegante
Misteriosamente ofegante
E concedei-me
Bulir vossa íris
Massagear vossa pupila
E ver-me, e sentir-me
Penetrada
Pelo vosso olhar.

Então, Senhor meu!
Grávida de vossos desejos
Irei embora
Vaidosa e confiante.

Rita Marília
22.05.17

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Feliz por ter sido incluído na revista “Chicos” conforme mensagem recebida

“Olá Rita,
teu poema chegou a Cataguases MG, pelo  Fernando Abritta com a sugestão de publicação numa e-zine chamada Chicos que mantemos cá na terrinha. Li e gostei. Prontamente acatei a sugestão de publicá-lo. Só circulamos pela internet. ..(à págna 25). Segue o link da edição: Ler Aqui
Abraços e bem vinda à Chicos.
Zé Antonio”

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